Manejo adequado de medicamentos traz benefícios ao rebanho
Medicamentos veterinários devidamente registrados no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) são as melhores ferramentas para o produtor agropecuário tratar – e até prevenir – a maior parte das doenças e outros problemas que acometem animais de grande porte e de produção. Contudo, o veterinário e especialista em Novos Negócios da UCBVET Saúde Animal, Gabriel Sandoval, alerta que o manejo inadequado desses produtos pode acarretar efeitos indesejáveis à criação ou mesmo levar à morte do animal.
“Devemos nos lembrar das condições ideais de armazenamento de medicamentos, sempre evitando contato direto com a luz solar, calor excessivo e umidade, que podem comprometer a qualidade e a eficácia dos produtos”, ressalta o especialista. Nesse caso, um simples armário pode abrigar e proteger os itens, servindo de farmácia veterinária e salvando a vida de muitos animais em situações de emergência. “A partir disso, é necessário seguir as recomendações prescritas em bula, estar atento a indicações, dosagens, via de aplicação, precauções e período de carência para a carne e para o leite”, diz Sandoval.
É preciso ter em mente, ainda, que cada espécie – bovinos, equinos, ovinos, caprinos, aves, suínos, etc. – exige manejo e cuidados próprios, além de produtos e dosagens específicas. “Entretanto, cabe ao médico veterinário a prescrição correta de medicamentos, avaliando a necessidade individual e a do rebanho”, afirma.
Antes, durante e depois da aplicação
Segundo Sandoval, antes da aplicação de qualquer medicamento é fundamental a contenção adequada dos animais, a fim de eliminar a possibilidade de acidentes com colaboradores da fazenda. “Para isso, recomenda-se o uso de bretes (equipamento projetado para imobilizar o bovino), que, além de trazer segurança aos funcionários, permitem a aplicação adequada dos fármacos veterinários”, salienta.
Outro ponto importante, de acordo com o especialista da UCBVET, é respeitar a via de aplicação indicada pelo fabricante – subcutânea, intramuscular e intravenosa ou, nos casos de controle parasitário, por meio de pulverização e pour-on (aplicado direto no dorso). “A alteração do local de aplicação pode interferir na eficácia do tratamento e causar danos aos animais, podendo levá-los até a morte”, destaca. Por fim, depois da aplicação, é preciso acompanhar o rebanho por, pelo menos, 30 minutos e certificar-se de que todos estão em boas condições de saúde.
Ocitocina
Entre os medicamentos mais utilizados em bovinos está a Ocitocina. A substância leva ao aumento das contrações musculares do útero no momento do parto, contribuindo para a expulsão da cria e da placenta. Ela também possui ação sobre as glândulas mamárias, por meio do aumento das contrações dos alvéolos e dos canais galactóforos (canais excretores de leite), o que impulsiona o leite, aumenta o fluxo e promove o esgotamento total da glândula mamária.
“Em fazendas de gado leiteiro, normalmente, ela é utilizada para controle da retenção do leite e como auxiliar no tratamento de mastite por acúmulo de leite após o parto (leite residual). O medicamento deve ser administrado, de preferência, pelas vias intravenosa ou intramuscular, de acordo com as dosagens prescritas em bula ou conforme a orientação de um médico veterinário”, conta o especialista.
Apesar de serem cuidados básicos, nem sempre os produtores efetuam o manejo deste e de outros medicamentos de forma adequada, lembra Sandoval. “Devemos, portanto, investir em formação, capacitação e qualificação da mão de obra rural, o que permitirá que os colaboradores rurais estejam preparados para exercer as atividades cotidianas com habilidade e segurança, a fim de proporcionar maior produtividade no campo e, consequentemente, aumento da produção de melhor qualidade”, conclui.
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